quinta-feira, março 12, 2015

Retomada

Hoje fazem exatamente 1 ano, 8 meses e 4 dias que postei pela última vez nesse blog.
De lá para cá, um grande número de fatores mudou em minha vida.

Vamos começar pelo principal deles: Eu aprendi, ou dei grandes passos em direção ao verdadeiro amor a mim mesma. Me permiti erros e acertos. Me permiti grandes riscos, pessoais e profissionais. Me aprofundei em minhas paixões, em meus conhecimentos, e obtive grandes conquistas.

Na véspera daquele texto tão doído, nasceu o filho de minha querida amiga Wayla, o Erich. Uma criança linda, agitada, amorosa e cheia de vida, que hoje tenho o orgulho de chamar de afilhado. Um presente que a vida me deu.

Por volta daqueles dias, surgiu uma promessa de um acalentado sonho: uma viagem ao Japão. Ainda não tinha o dinheiro, só a promessa e a determinação. Se seria a turismo ou estudo, eu que iria decidir. Queria ir para estudar, mas não sabia quanto tempo tinha e para quanto tempo meu dinheiro daria. Me aprofundei em pesquisas e mais pesquisas, simulações, projetos, estudos... Ao longo dos oito meses seguintes foi quase uma gestação.
Fiz meu próprio plano de viagem, pesquisei passagens, hospedagem, cursos, acompanhei variações do câmbio do dólar, e estudei muito a língua japonesa . Através disso, em dezembro daquele ano conquistei meu Nouryoku Shiken N5, o nível mais básico da proficiência em língua japonesa.

No Natal, meu pai me presenteou com uma quantia que, juntamente com aquilo que juntei com meu trabalho e com uma ajuda significativa de minha mãe, tornou a viagem prometida e tão cuidadosamente planejada, financeiramente viável. Corri, então, atrás da documentação. Quando as coisas acontecem na hora certa, tudo conspira a favor: Não tive nenhum problema, consegui os vistos necessárias, assim como a passagem a um preço excelente.

Inquieta com minha profissão, meu salário  meu emprego, e com o limitador que este me traria nessa viagem tão importante, em termos de tempo, decidi cortar essa amarra. Me desliguei da empresa na qual havia ingressado recém-saída da faculdade, e onde aprendi muito.

Chegando perto da partida, ainda não havia definido o que faria durante minha estadia. Por um precioso conselho do meu primo, Paulo, que me deu pouso na terra do sol nascente, optei por explorar o país por mim mesma. Sem guias, sem agência, sem excursões... E sem as amarras que um curso me traria. Explorarei mais sobre essa viagem em outro momento, pois muito há a ser dito.

Retornando ao meu país, levei cerca de um mês para voltar à vida. Me permiti um lento reajuste ao fuso-horário, embora no Japão este ajuste tenha durado poucos dias. Me permiti cerca de um mês de inércia. Então comecei a tentar trilhar outro caminho: experimentei a vida de freelancer. Foi satisfatório por um tempo, embora os ganhos tenham sido abaixo do que eu esperava. Com a chegada da Copa do Mundo, e o país à beira de uma crise, realmente não devia ser o melhor momento para essa tentativa. Meu desapontamento profissional permaneceu, e até aumentou, assim como minha insatisfação, embora esse momento tenha me dado alguns prazeres, como conhecer a Alessandra, profissional amada com quem adorei trabalhar e continuarei a fazer parceria tanto quanto ela quiser, além do reconhecimento de competência, quando a empresa com a qual eu trabalhava me chamou para cobrir as férias de uma funcionária, e até para voltar a trabalhar lá, embora essa negociação não tenha funcionado. Minha perspectiva salarial tinha mudado demais para voltar atrás.

Na verdade, tudo em mim mudou demais. Eu não retomei a terapia quando voltei, não senti necessidade. Buscando ser persistente na vida de freelancer procurei mais contatos, e acabei conseguindo um emprego em uma empresa bem perto da minha casa, onde trabalho com ótimas pessoas, onde voltei a sentir alguma satisfação com o design, ao finalmente conquistar ganhos que vem compensando o trabalho. Eu consegui mais alguns clientes particulares, também, e o estresse com a profissão se mostrou desgastante em certo ponto. 

Me aprofundando na análise de mim mesma, vi que poderia tentar trilhar outro caminho. Desse modo, fui atrás de uma outra paixão: Pesquisei e me matriculei em um curso de Confeitaria Profissional. Este curso está agora prestes a começar.

Também descobri e estou explorando, a passos dedicados porém cuidadosos, a paixão pelo meu corpo. Estou descobrindo o melhor modo de cuidar dele, tanto em aparência quanto em saúde.

Escolhi esta data para retomar esse blog por ela ser significativa para mim. Hoje, completa-se um ano que deixei o Brasil pela primeira vez. Um ano que parti atrás de um grande sonho, e de uma
grande aventura. E decidi que hoje retomaria meu blog, onde pretendo passar a abordar todos estes aspectos que montam o quebra-cabeças chamado Camila, todas as pecinhas que estão me guiando na trilha do amor a mim mesma.

2 comentários:

  1. Você escreve de maneira muito bonita e delicada. Interessante que a viagem ao Japão além de você explorar o lugar, deve ter explorado a si mesma. Auto conhecimento. Espero ler sobre isso aqui. ^^ Parabéns.

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  2. Parabéns princesa. É só o início. Grandes coisas estão por vir.

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