quinta-feira, agosto 08, 2013

Feridas não curadas

Aviso, antes de mais nada, que essa não é uma postagem feliz. Ela é pesada, difícil de ser lida, mais difícil ainda de ser escrita. Mas é absolutamente necessária. A aceitação é uma parte importante do processo de cura. Só se consegue falar abertamente de momentos difíceis e dolorosos quando se passa a aceitá-los. No processo de aprender a me amar, acho importante falar de tudo, inclusive do que houve de pior na minha vida.
Portanto, família, sim, estou me expondo muito. Expondo minha mais profunda ferida, pseudo-cicatrizada, mas que se reabre ao menor toque.
Família e amigos, sim, esse texto pode ter um toque pessimista. Me permitam isso, se a crítica for essa, guardem para vocês. Eu preciso disso, preciso ter esse direito. Se não quiser, não leia. Não julgarei ninguém por isso. Se for ler, leia tudo.

Batalhei por dias para iniciar esse texto. A vontade de escrever iniciou-se numa comemoração do meu aniversário. Duas grandes amigas, do tempo do ensino fundamental, estavam aqui, no maior papo. Inevitavelmente, a coisa voltou-se ao colégio e ao tempo em que nos conhecemos. Embora eu as ame, aqueles foram os piores anos da minha vida. Mesmo comparados ao último ano da vida do meu tio, e ao começo do tratamento do Júnior.

Fui vítima de bullying, e isso ainda hoje afeta muitos aspectos da minha vida. Antes de me aprofundar em minha experiência, uma breve conceituação. Os textos que vou usar aqui foram retirados do Brasil Escola e da Wikipedia.

O que é o bullying
Você provavelmente já viu, ou até compartilhou no Facebook, uma imagem dizendo que, na infância, colocava apelidos e era chamado por apelidos, nem por isso sofria bullying, ou algo do tipo. Pois é, não mesmo, pois bullying não é isso. E não é algo a ser minimizado ou menosprezado.
Bullying é um termo da língua inglesa (bully = “valentão”) que se refere a todas as formas de atitudes agressivas, verbais ou físicas, intencionais e repetitivas, que ocorrem sem motivação evidente e são exercidas por um ou mais indivíduos, causando dor e angústia, com o objetivo de intimidar ou agredir outra pessoa sem ter a possibilidade ou capacidade de se defender, sendo realizadas dentro de uma relação desigual de forças ou poder.
Ou seja, se não te causava dor e angústia, não era mesmo bullying. Era brincadeira. E se uma vez te chamaram de algo que te fez sentir assim, mas nunca mais, também não chega a ser bullying. Esse tipo de agressão é algo diário.
bullying se divide em duas categorias: a) bullying direto, que é a forma mais comum entre os agressores masculinos e b) bullying indireto, sendo essa a forma mais comum entre mulheres e crianças, tendo como característica o isolamento social da vítima.
Este isolamento é obtido por meio de uma vasta variedade de técnicas, que incluem:
  • espalhar comentários;
  • recusa em se socializar com a vítima;
  • intimidar outras pessoas que desejam se socializar com a vítima;
  • ridicularizar o modo de vestir ou outros aspectos socialmente significativos (incluindo a etnia da vítima, religião, incapacidades etc).
 bullying é um problema mundial, podendo ocorrer em praticamente qualquer contexto no qual as pessoas interajam, tais como escola, faculdade/universidade, família, mas pode ocorrer também no local de trabalho e entre vizinhos. Há uma tendência de as escolas não admitirem a ocorrência do bullying entre seus alunos; ou desconhecem o problema ou se negam a enfrentá-lo. Esse tipo de agressão geralmente ocorre em áreas onde a presença ou supervisão de pessoas adultas é mínima ou inexistente. Estão inclusos no bullying os apelidos pejorativos criados para humilhar os colegas.
As pessoas que testemunham o bullying, na grande maioria, alunos, convivem com a violência e se silenciam em razão de temerem se tornar as “próximas vítimas” do agressor. No espaço escolar, quando não ocorre uma efetiva intervenção contra o bullying, o ambiente fica contaminado e os alunos, sem exceção, são afetados negativamente, experimentando sentimentos de medo e ansiedade.
Ou, por vezes, as testemunhas sentem que algo está errado, mas não tem a real noção do quão errado, já que é aquela a situação que vivem. O "normal". E, de todo modo, não sabem lidar com aquilo. Não sabem como ajudar.

As crianças ou adolescentes que sofrem bullying podem se tornar adultos com sentimentos negativos e baixa autoestima. Tendem a adquirir sérios problemas de relacionamento, podendo, inclusive, contrair comportamento agressivo. Em casos extremos, a vítima poderá tentar ou cometer suicídio.
No Brasil, uma pesquisa realizada em 2010 com alunos de escolas públicas e particulares revelou que as humilhações típicas do bullying são comuns em alunos da 5ª e 6ª séries. As três cidades brasileiras com maior incidência dessa prática são: Brasília, Belo Horizonte e Curitiba.

Como de dá o bullying
Os bullies usam principalmente uma combinação de intimidação e humilhação para atormentar os outros. Alguns exemplos das técnicas de assédio escolar:
  • insultar a vítima;
  • acusar sistematicamente a vítima de não servir para nada;
  • ataques físicos repetidos contra uma pessoa, seja contra o corpo dela ou propriedade.
  • interferir com a propriedade pessoal de uma pessoa, livros ou material escolar, roupas, etc, danificando-os.
  • espalhar rumores negativos sobre a vítima;
  • depreciar a vítima sem qualquer motivo;
  • fazer com que a vítima faça o que ela não quer, ameaçando-a para seguir as ordens;
  • colocar a vítima em situação problemática com alguém (geralmente, uma autoridade), ou conseguir uma ação disciplinar contra a vítima, por algo que ela não cometeu ou que foi exagerado pelo bully;
  • fazer comentários depreciativos sobre a família de uma pessoa (particularmente a mãe), sobre o local de moradia de alguém, aparência pessoal,orientação sexualreligiãoetnia, nível de renda, nacionalidade ou qualquer outra inferioridade depreendida da qual o bully tenha tomado ciência;
  • isolamento social da vítima;
  • usar as tecnologias de informação para praticar o cyberbullying (criar páginas falsas, comunidades ou perfis sobre a vítima em sites de relacionamento com publicação de fotos etc);
  • chantagem.
  • expressões ameaçadoras;
  • grafitagem depreciativa;
  • usar de sarcasmo evidente para se passar por amigo (para alguém de fora) enquanto assegura o controle e a posição em relação à vítima (isto ocorre com frequência logo após o bully avaliar que a pessoa é uma "vítima perfeita");
  • fazer que a vítima passe vergonha na frente de várias pessoas.

Bullying professor-aluno

O assédio escolar pode ser praticado de um professor para um aluno. As técnicas mais comuns são:
  • intimidar o aluno em voz alta rebaixando-o perante a classe e ofendendo sua autoestima. Uma forma mais cruel e severa é manipular a classe contra um único aluno o expondo a humilhação;
  • assumir um critério mais rigoroso na correção de provas com o aluno e não com os demais. Alguns professores podem perseguir alunos com notas baixas;
  • ameaçar o aluno de reprovação;
  • negar ao aluno o direito de ir ao banheiro ou beber água, expondo-o a tortura psicológica;
  • difamar o aluno no conselho de professores, aos coordenadores e acusá-lo de atos que não cometeu;
  • tortura física, mais comum em crianças pequenas; puxões de orelha, tapas e cascudos.

Minha história

No caso, o bullying que sofri foi do tipo indireto. A maior parte das agressões, até onde sei, vinha das garotas, através de difamação, apelidos perjorativos, isolamento social, esbarrões intencionais, entre outras atitudes focadas em fazer com que eu me sentisse mal. Digo até onde sei, pois minhas amigas dão a entender que a coisa é muito pior do que eu sei, e eu já achava horrível.

No meu discernimento, também sofri algum grau de agressões de professores, mas não afirmo de modo categórico pois, na época, eu já estava sob tal abalo psicológico que podia estar vendo as coisas da forma errada.

Obviamente a coisa talvez não tivesse sido tão ruim se não houvessem fatores externos. Vou expô-los.

Eu era uma criança sozinha. Não conhecia crianças da vizinhança, pois tinha me mudado de um prédio para uma casa, em outro bairro, sem conhecer ninguém, aproximadamente seis meses antes do começo da quinta série, época em que minha vida virou um inferno. Meus pais estavam com problemas no casamento, que eventualmente os levou à separação em um momento dentro dos três anos durante os quais fui agredida. Eu era muito mais velha que meus primos e minha irmã.
Desse modo, eu era uma criança cujos pais brigavam muito, portanto, não podia ir atrás deles por socorro. Não sabia fazê-lo.
Eu não tinha amigos. Meus primos e minha irmã eram novos demais para me ajudar em qualquer coisa.
Se meus pais não podiam me ajudar, que adulto poderia? Nunca pensei em recorrer aos meus tios.

Eu acordava cedo. Muito cedo, todos os dias. Tinha que estar na escola às 7h10, 6h30 estava pronta. Mas minha mãe não, por isso eu sempre chegava atrasada. Isso me deu uma má fama na escola. Os atrasos eram dela, a fama, minha.

Eu era uma criança, talvez um pouco diferente. Ao passar para a quinta série, não abandonei interesses antigos. Eu gostava, muito, de animes. Minha paixão, obsessão e, possivelmente, único interesse. Claro. Eu não convivia com outras crianças da minha idade. Não sabia no que se pensava. Não vi a necessidade de mudar de ano escolar e repentinamente abandonar o que eu gostava no ano anterior e passar a pensar em unhas, maquiagem, garotos, beijar na boca.

Eu estava acima do peso. Sempre fui cheinha. Normal. Mas não na minha escola elitista.

Tudo isso somado me tornou um prato cheio. Apelidos aos montes. Pessoas me ridicularizando. Isolamento. E sem ter quem me socorresse, dentro ou fora da escola.
Dentro da escola, claro, nada estava acontecendo. Eu não era boa aluna. Sempre chegava atrasada. Minhas notas estavam caindo. Com o passar do tempo, comecei a faltar demais.
Fora da escola, pais com muitos problemas próprios para notarem minha mudança. Ou ao menos notarem que existia algo a mais por trás dela. Problemas próprios dos quais, por sinal, eventualmente passei a me culpar. E nenhum outro adulto a quem eu soubesse que podia recorrer.

Com o tempo, o avançar desses três anos, ganhei mais peso. Minhas notas desabaram. Eu fiquei desleixada a níveis extremos. Virei uma pessoa ainda mais introvertida. Matava aula sempre. Me tornei depressiva, aos 11 anos de idade. Chorava sempre, por tudo e por nada. Queria morrer. Aos finais de semana, ficava conectada à internet todo o tempo possível, para fugir de tudo aquilo. Arrumei um namorado, pela internet. Um rapaz de São Paulo. Não ajudou em nada. Aparentemente, até piorou o que se dizia a meu respeito, pelo que soube recentemente. Quando chegava o domingo, queria me matar, só de pensar que no outro dia teria que voltar para . Ver eles. Tudo de novo. Constantemente matava aula na segunda.

A coisa piorou, e passei a querer tirar minha vida constantemente. Nunca tive a coragem de tentar realmente... Mas eu queria morrer. Muito. Acho que, se eu tivesse encontrado um modo de fazê-lo na escola, de afetar diretamente aquelas pessoas, talvez o tivesse feito. Mas era tão ingênua, tão criança, que não soube buscar a informação de como fazer isso.

A pseudo-superação
O ápice das coisas foi na sétima série. Imagino que nessa altura as agressões tenham diminuído, ou até parado. Mas não fazia diferença. Eu já me sentia vazia. Um nada. Uma inutilidade que devia ser varrida da Terra. Chegava a pensar que, se eu morresse, todos seriam mais felizes, a começar pelos meus pais. Eu não tinha forças ou ânimo para nada. Se não me engano foi quando fiquei tão inegavelmente mal que me colocaram na terapia.
Nesse ano, cheguei muito perto de ser reprovada. Eu, que era inteligente, por muito pouco não tomei bomba. Por pura falta de motivação. Pelo que sei, as pessoas na escola começaram a perguntar aos meus poucos amigos o que estava acontecendo comigo. Risível, não?
Foi quando finalmente minha mãe resolveu me tirar da escola. Não antes que eu tivesse que ouvir da diretora que minha terapia, que tinha grande parte na minha sobrevivência, era diversão e devia ter menor importância do que a escola e seus deveres de casa quilométricos. E ainda assim tenho grande admiração pela falecida diretora da escola. Vai entender.

Quando mudei de escola, o mundo mudou. No novo colégio, eu era simplesmente uma pessoa normal. Tinha alguns amigos. Tinha pessoas que não gostavam de mim, pessoas que gostavam de mim, pessoas para as quais eu não fazia a menor diferença. O normal. Que paraíso era a normalidade!

A terapia passou a fazer efeito. Eu já não tinha tantos pensamentos suicidas. Mas não conseguia interagir muito com os outros. Medo.

Conheci e criei amizade com o Júnior. Ao longo daquele ano, terminei meu namoro anterior, e comecei a namorar com ele, que hoje é meu noivo. Emagreci, sem grandes esforços.

Com o passar do tempo, as notas subiram. Eu tinha passado a ter um bloqueio com matemática, mas no restante, melhorei demais. E fui bloqueando aqueles anos ruins. Conhecendo pessoas novas, pessoas legais. Pessoas mais velhas que eu que são ainda mais fissuradas nas coisas que gosto, pelas quais eu era desprezada antes! E são N-O-R-M-A-I-S!!! Preservei, tanto quanto possível, as poucas amizades que eu tinha antes. Tesouros encontrados em meio ao inferno.

Posteriormente mudei de escola novamente. Nessa era mais fácil conviver com as pessoas, turma pequena. Não me restam muitos contatos dessa época, quase nenhum evoluiu a uma amizade, mas a coisa era tão... normal. Leve. Tirei notas boas, cheguei a ganhar um desconto na mensalidade por não tirar nenhuma nota abaixo de 70. Uau.

Então porque pseudo-recuperação?

Minha vida mudou da água para o vinho. Mas aqueles anos deixaram grandes marcas. Ainda lido com a depressão. Eu bloqueei aquele período na minha cabeça, prova de que não o superei. A menção à escola, as pessoas, ao bullying, em um ambiente no qual me sinto amada e acolhida, quase me levou às lágrimas. Estou há 5 dias remoendo tudo isso. No dia seguinte à tal conversa, perdi o sono pensando no passado.
Hoje, há quem diga que falo demais. Muito provável. Reflexo dos anos calada. Tenho dificuldade para enturmar em ambientes novos, com pessoas novas. Medo de ser novamente agredida. Detesto competitividade direta. A escola estimulava a competitividade, e uma estratégia básica é diminuir seu concorrente. Pessoas que falam comigo de modo mais ríspido ou perjorativo, ainda que de brincadeira, me relembram daquilo tudo e me afetam de modo absurdo. Ainda sofro de depressão, e faço tratamento para isso. Devo ter que fazer pelo resto da vida.

Já sei que alguém vai querer dizer "Isso é passado, deixa para lá." Tentei, mas se o passado ainda te afeta negativamente com certa frequência, ele não é passado.

Essa semana, pela primeira vez, levei esses fatos ao meu psicólogo, depois de um ano e meio de tratamento. Por quê? "Você é muito negativa, só fala de coisa ruim, é muito pessimista! Devia falar só de coisa boa!" Mas se eu bloqueio, não falo e não trato o que eu vivi de pior, como vou tirar isso de mim para ser mais positiva e dar mais espaço a coisas boas? Pois é, né.

"Você é linda, é amada, devia ser feliz!"  Obrigada! E eu sou! Mas essas coisas me impedem de ser mais feliz. De ser plenamente feliz. Deixar as pessoas saberem o que passei, e aprender a lidar com isso tudo, pode me ajudar a ser mais feliz. Então me deixa ser negativa, pois isso pode ser o meu caminho para ser positiva e feliz, de verdade!

Achei importante deixar as pessoas saberem mais sobre mim. Sobre o que passei. Gostaria muito que certas pessoas, entre elas alguns dos meus bullies lessem isso. Talvez me dessem uma resposta.
Pois até hoje me pergunto as seguintes coisas:

  • Como nenhum adulto percebeu o que estava acontecendo?
  • Por que ninguém me ajudou?
  • Será que eles sentem algo referente ao que me fizeram?
  • Será que se lembram do que fizeram?
  • Teriam algo a me dizer?
Acho que são mais perguntas sem respostas. Mas no fundo tenho a esperança de que não sejam.

8 comentários:

  1. Parabéns pela coragem e pela intensidade do seu desabafo! Se me permite uma sugestão, considerando o quanto vc se expressa bem, com emoção e didática simultâneos, e que isso tudo foi e ainda é tão marcante na sua vida, por que não pensa em escrever um livro a respeito?
    GK

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    1. Obrigada! Vou pesquisar e pensar a respeito, valeu pela sugestão!

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  2. Acho que você bloqueou mais lembranças do que relatou. Eu não conhecia por esse nome, mas sabia o que se passava.Tivemos inclusive uma conversa dolorosa no apartamento quando você estava na 4a série. Dentro dos meus limites fiz o que pude para ajuda-la a lidar com isso cuidando de sua dieta, recebendo os poucos amigos que você tinha em casa, conversando com a coordenação e direção da sua escola e só não tirei você de lá porque você não quis. Quando você achou que devia sair fiz sua transferência no meio do ano, se não me engano. Tinha e tenho minhas limitações e imaturidades. Também sofri algo parecido no Izabella Hendrix. Eu era "pobre", diferente, "mais burra" e acho que até hoje não superei essas mágoas que ficaram. Depois de tudo que li, fico feliz de ter oportunizado sua terapia, que graças à minha percepção insisti em levá-la para fazer, pois não tive competência para ajudá-la diretamente. Para isso existem os profissionais. Fico muito feliz de ver você encontrando seus meios de se libertar das dores do passado e tentar ser uma pessoa plena. Coragem. Apesar de não parecer, sempre estive ao seu lado. Abri mão do que era o "amor da minha vida" diversas vezes para priorizar você e faria tudo de novo. Não espero que você tenha esse discernimento, uma vez que você era uma criança sofrendo e as coisas ficavam um pouco conturbadas, mas do meu modo estava lá. Admito que passei um longo período ausente, mas foi depois dessa fase que você mencionou. Vamos ler o passado para fazer um futuro melhor. Boa sorte para nós.E lembre-se: Você não tem culpa de nada. Amamos você incondicionalmente. Fomos crianças cuidando de outra criança.

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    1. Até a quarta série, a coisa não tinha a mesma gravidade. Não quis culpar nem você nem o papai por nada, sinto muito se assim pareceu. Vou fazer uma edição na postagem pois tem coisa que sem querer deixei de fora. Escrever sobra algo tão intenso em uma tacada acaba tendo esse efeito.

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  3. Mimi, que beleza de texto e de atitude!!! Você tá no caminho certo para se tornar uma pessoa cada vez mais feliz, porque forte, inteligente e combativa você já é. Muitas vezes nos omitimos por nossa própria natureza humana, somos egoístas, impotentes, mas também por estarmos imaturos e despreparados, acho que foi o que aconteceu com todos nós. E isso é a vida, é um passo de cada vez, maturidade a gente adquire com o tempo. E não está sendo diferente com você. A diferença é a sua atitude, pois, muitos ignoram, nem querem pensar no passado justamente porque causa muito desconforto e sofrimento. Mas, estou diante de uma linda jovem, forte e combativa, que está sabendo transformar o que a vida trouxe de ruim em degraus para superação e construção de um futuro muito feliz e consistente. Conte comigo, minha linda! Com minhas orações para que o Espírito Santo continue te dando essa clareza e perseverança no caminho. Beijos!!! Tia Marilia.

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  4. Querida,

    gosto muito de um trecho da música Dom de Iludir: "Cada um sabe a dor
    e a delícia de ser o que é..."

    A vida é exatamente isso.
    Há 8 anos fiz terapia e consegui perdoar e amar meus pais de uma maneira que jamais pensei que soubesse. Sentia tristeza por não me perceberem na infância. Tanta coisa. Até que entendi que era a maneira que eles conseguiram, naquele momento, naquela situação, me amar. Era a maneira de me amarem. Eu esperava mais, sempre mais. Mas eles me deram o que eles tinham.
    Estou compartilhando isso com vc apenas para dizer que entendo tudo isso. Vc sente do seu jeito, eu senti do meu. Cada um sabe a dor e a delícia. A dor do que passou, do que sentiu. A delícia de ser, de conquistar.
    Você sempre é uma menina corajosa. Sempre te vi assim.
    E tudo tem o tempo certo. Creio que Deus vai curar todas as feridas que vc ainda tem em sua alam. ELE sempre cura, e só ELE pode curar.

    Eu te amo muito.

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  5. Olá Cammy, tudo bem?

    Amei o seu blog, também estou tentando fazer a cirurgia com o Dr. Paulo, na Gastrocenter.

    Tem como vc me passar seu email, para tirar algumas dúvidas?

    Joana

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